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Prefeitura Clementina
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História

A ORIGEM
Por volta de 1956, o senhor Adão Astolfi fez a primeira derrubada da mata que hoje constitui o município de Clementina, nas terras que naquela época pertenciam ao município de Coroados. E 15 de maio de 1928, o atual município era denominado de “FAZENDA PROMISSÃO” e suas terras foram adquiridas pelo senhor João Francisco Vasques que aqui instalou-se com sua família.

FUNDAÇÃO DO POVOADO
Com a chegada desta família foi formado um pequeno povoado, e a Fazenda passou a chamar-se “PATRIMÔNIO DA NOVA ERA”. Nessa época o senhor João Francisco Vasques almejando o progresso adotou um sistema de colonização em parceria. Com o loteamento do Patrimônio e o início da venda das terras, chegaram os primeiros colonos japoneses e espanhóis, atraídos pela terra fértil e oferta de trabalho nas lavouras. Plantaram as primeiras lavouras de café com cerca de 32.000 pés, que durante muito tempo predominou no município. A data oficial da fundação do município é 24 de junho de 1928. Em 1932, o Patrimônio da Nova Era passou então a se chamar  “PATRIMÔNIO DOS VASQUES”.

CRIAÇÃO DO DISTRITO
Com o desenvolvimento e o progresso, o povoado elevou-se a categoria de Distrito, conforme Decreto-Lei nº 14.334 de 30 de novembro de 1944, com o nome de CLEMENTINA em homenagem à filha mais velha do fundador.

CRIAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
Em 30 de Dezembro de 1953, através da Lei nº 2456, Clementina foi elevada à categoria de Município, que então, pertencia ao município de Coroados, bem como os Distritos de Santópolis do Aguapeí e Lauro Penteado. Logo após ocorre a primeira eleição, e em 01 de maio de 1955, toma posse o Prefeito eleito – João Cândido dos Santos e dá-se a primeira legislatura da Câmara de Vereadores do novo município, composto por 11 membros. O município cresceu e em décadas passadas chegou a ter mais de 15 (quinze) mil habitantes, a maioria residindo em propriedades rurais, plantando e colhendo, tornando o município um dos maiores produtores agrícolas da região, e também um dos melhores lugares para se viver, todos trabalhavam, tinham condições e orgulho de sustentarem as próprias famílias, não havia mendigos e nem miséria. Mas a política de concentração de renda fez com que as pequenas propriedades rurais fossem sendo aglutinadas, formando grandes propriedades nas mãos de poucos privilegiados que se encarregaram de expulsar os lavradores, pois a produção agrícola foi sendo substituída pela pecuária, onde um único peão era capaz de cuidar de extensas áreas de terra. O êxodo rural provocado por este problema fez com que a população caísse para menos da metade. Hoje, Clementina conta com uma Usina de Álcool e Açúcar, a CLEALCO, responsável pela boa parte dos empregos, várias pequenas e médias indústrias de calçados, indústria de corte e costura e indústria de brindes, sendo esta impulsionada através de cooperados. O santo Padroeiro escolhido foi São João Batista. Em 1937, por ocasião do casamento de Dona Clementina, veio ao Distrito o Padre Carvalhinho da Paróquia de Lins, e na ocasião pediu ao fundador que construísse uma Igreja, e que seu padroeiro deveria ser São João Batista.
Em divisão territorial, o município de Clementina conta com os seguintes Bairros: Lauro Penteado – Córrego C – Martelli – Córrego B – Guaivira –     Lage – Fulgor – Moisés – Tabuleta – Agrião – Sabá e Santa Fé.

REGISTROS DO HISTORIADOR - LINHA DO TEMPO
Hospitalidade, carinho, dedicação, força e humildade, são essas algumas qualidades que caracterizam o povo de Clementina, cidade a 45 quilômetros de Araçatuba. O “SEU LAU”,“DONA ZEFINHA DA CAPELINHA” e seu MELCHIADES, num primeiro momento, esses nomes podem não representar nada no dia-a-dia da pacata cidade em que ainda se podem deixar uma casa aberta, sem medo de ladrão, mas são exemplos a serem seguidos. O primeiro mostra a franqueza, a emoção e a acolhida dos clementinenses. Dona Zefinha é a demonstração da fé e de que tudo é capaz, para qualquer um. Já o senhor Melchiades, representa a força de vontade e determinação do povo. O comerciante Laurentino Fernandes Guimarães, mais conhecido como “Seu” Lau, está desde 1939 em Clementina, e é o homem que tem um comércio há mais tempo na cidade – a Casa São Sebastião, sem nunca fechar. Mostra, com orgulho, o registro da casa comercial e de suas contribuições ao governo. Vindo da cidade mineira de Monte Azul, a 14 quilômetros da divisa com a Bahia, “Seu” Lau chegou com 28 anos de idade em Clementina. Dono de uma fala mansaconhece todas as pessoas da cidade por nome, sobrenome e filiação. Tanto que quando alguém de fora chega a Clementina e procura uma pessoa que já passou pela cidade, é orientada a procurá-lo. “Seu” Lau teve uma vida muito ativa na comunidade. Foi vereador por 16 anos e vice-prefeito. Também foi gritador de leilão. “Chegava á ficar quatro dias sem voz após os leilões”, lembra. Fiz a primeira vez, o pessoal achou que tinha feito certo e bem, e por um bom tempo gritei leilão. Houve casos em que a madeira da carroceria do caminhão ficava toda marcada pelo martelo, afirmou. Outra atividade curiosa que “Seu” Lau exerceu foi a de cuidar dos mortos antes de serem enterrados. “As pessoas tinham medo de lidar com o morto, de pegar doenças. Eu era chamado para lidar com o defunto”. “Teve um dia que fui arrumar um morto e ele tinha morrido havia oito dias, e estava um cheiro ruim só”. “Seu” Lau tem saudades da época em que as pessoas viviam da agricultura, da plantação de café, arroz, feijão, amendoim, milho. “Hoje, o trabalho é mais pesado por causa da cana-de-açúcar e álcool”, diz. “A cidade era muito procurada por causa da terra boa. E você sabe, onde tem japonês, a terra com certeza é boa. E vieram para cá também nortistas, italianos, espanhóis e portugueses.” Ele viu a cidade crescer, se expandir. “Lembro que a cidade terminava aqui ao lado. Já tinha pasto”. E a cidade cresceu. Ele participou da construção do prédio da Escola, acompanhou a construção da Igreja Matriz, na frente da sua venda, e também fez trabalhos policiais.

A FÉ E A PERSEVERANÇA
A dona da casa Josefina Gomes Nogueira, 67 anos, é mais conhecida como Zefinha da Capelinha. O apelido foi dado por ela ter construído uma pequena capela, na frente de sua casa, e por ser uma devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida. Simples e sorridente dona Zefinha é calorosa com todos que vão visitá-la, seja para conversar, seja para visitar a capela. A instalação do pequeno templo religioso foi realizada logo após ela ter visões de crianças no seu quintal. “Toda vez que acordava a noite para beber água, passava por este local, e tinha visão de várias crianças brincando na beira do rio, que é a nascente do São Francisco. Chegava a conversar muitas vezes com elas e, um dia, uma delas, a maior, falou para que eu levantasse aqui um templo, mas não falasse nada para ninguém. Certa vez, comentei sobre as crianças e elas nunca mais apareceram para mim, mas resolvi construir a “capelinha”, relembra. No dia seguinte, ela saiu em busca de material de construção. Conseguiu doações, encontrou alguns materiais no lixo e em outros locais, e ergueu a Capela. “Foi tudo muito rápido”. Quando vi, já estava pronta. “Acho que Deus existe e de que a gente, quando quer, ele também quer, consegue fazer o que nunca tinha imaginado”, comenta orgulhosa de sua fé. Dona Zefinha atribui a ligação espiritual da aparição das crianças à sua filha, Vani, que morreu quando tinha seis anos. “É ela que está me vendo aqui embaixo e está fazendo com que tenha tantas graças”. “Tenho certeza de que ela já me reservou um bom lugar ao lado dela, para quando eu for para lá.” Se minha filha Vani estivesse viva, estaria hoje com 32 anos. Dona Zefinha tem mais cinco filhos. A mais nova é Magali, 24 anos, que mora em Birigui. Dona Zefinha cuida do marido, Manoel Nogueira Filho, 75, que vive na cama há 12 anos, após um derrame. Mas a ligação com os menores não para por aí. Dona Zefinha sente-se a mãe caridosa de todas as crianças da cidade. No dia das crianças, festa que realiza todos os anos, “as mães das crianças colocam o nome de seus filhos em um cartãozinho e depois que eu separo tudo o que consegui, seja no lixo ou em outros lugares, e até mesmo com doações, faço um pacote para cada uma, e entrego no dia 12 de outubro.” Não é só pela Capela que a religiosidade está expressada na vida de Dona Zefinha. Apesar de estar contente e realizada com a família que constituiu, seu maior sonho era ser freira. Aliás, ela faz questão de se vestir como uma freira, utilizar um lenço na cabeça, uma blusa e uma saia, todos brancos, e um crucifixo grande no peito. “Sinto-me tão bem, diz.” Dona Zefinha também se sente realizada quando vai visitar os doentes de Clementina. “Toda quinta-feira, percorro a cidade inteira. Vou a casa de todos os doentes”, afirma. Apesar de ter uma capela só para ela, Dona Zefinha também participa das missas na cidade, no sábado à noite ou no domingo pela manhã. Outra parte do sustento da capela e de seu trabalho social vem de bazares de roupas doadas ou compradas por preços simbólicos e revendidos por ela. “A gente arruma solução para tudo, basta ter fé.”, ensina. “Quando acho que vou desistir, penso nas minhas criancinhas, no que poderia fazer se tivesse dinheiro, e ai me animo e vou à luta”, conclui.

VENCENDO BARREIRAS
O horticultor Melchiades José Carvalho, assim como dona Zefinha, é um exemplo de determinação e superação. Vítima de paralisia no braço esquerdo desde os 8 anos, Melchiades que é sobrinho de “Seu” Lau – já passou o transtorno de ser marginalizado pela sociedade, sendo alvo de preconceito, principalmente na adolescência. “Mas hoje eu falo com a cabeça erguida que sou capaz e que não tenho inveja de quem tem um par de braços normal.” Sempre ligado às atividades da terra, foi meeiro, arrendatário. Tentou o serviço público, e diz que hoje não trabalha no setor público porque as pessoas já fizeram de tudo para mantê-lo afastado. Noutro período, já em 1984, arriscou-se a dar aulas, fez o magistério, mas não quis lidar com crianças. “São muito difíceis” argumenta, depois de passar seis meses numa escola dando aulas. Foi nesse período que arrumou uma área para fazer sua horta. “No começo, o terreno era de outra pessoa, e eu comecei a plantar. Tinha feito um trato. A pessoa não me cobrava e eu pagava os impostos. Até que em 1994, realizei meu maior sonho: comprei a área”, conta. Ele afirma que a entrada em vigor do Plano Real foi propícia para que conseguisse o dinheiro para adquirir o terreno. Naquela época, o antigo dono lhe propôs vender a área em duas vezes. “As pessoas não tinham noção certa do valor do dinheiro e quando vinham pegar alguma folha da minha horta me deixavam o troco”. Eu fui juntando e, naquele mesmo ano, comprei a área. E não foi só isso. A horta também fez com que ele construísse uma casa e desse conforto para a família, além de ajudá-lo a comprar um carro. “No começo, comprei usado, depois tirei uma picape zero quilômetro”, orgulha-se. Quem o vê trabalhar até esquece que ele é vítima de paralisia. O senhor Melchiades encaixa o cabo do rastelo, enxada ou enxadão no braço e com vigor, prepara a terra dos canteiros para receber a plantação. O resultado disso é um incrível tapete verde de 2,5 mil metros quadrados, onde se encontra alface, rúcula, almeirão, couve, cebolinha, salsinha, coentro, rabanete e, às vezes, brócolis e acelga, que abastece toda a população da cidade e também feirantes que compram os produtos para revendê-los em Braúna, Santópolis do Aguapeí, Piacatú e Gabriel Monteiro.

O DESENVOLVIMENTO E A CANA DE AÇÚCAR
Assim, como o senhor Melchíades, a cidade também depende da terra para gerar arrecadação. A maioria das plantações é de cana-de-açúcar, matéria-prima para a CLEALCO, usina da cidade que produz açúcar e álcool e é maior empresa empregadora de Clementina, oferecendo em cada safra, 1.150 empregos diretos e cerca de três mil indiretos. A usina emprega pessoas de Clementina e de toda a região, além de Tupã e até de outros Estados. O principal produto do portfólio da CLEALCO é o açúcar cristal, cuja produção é toda destinada ao mercado externo, para países da Inglaterra, França, China, Índia e Rússia, entre outros. Em breve a empresa quer entrar no mercado interno com o açúcar sem aditivos químicos.  A CLEALCO também está investindo para crescer. Mais uma unidade de moenda de cana-de-açúcar foi instalada.   Ao todo serão sete moendas.

A RELIGIOSIDADE
Assim como toda comunidade rural, da qual Clementina se originou, a presença da religiosidade é marcante na cidade. A missa, principalmente a de domingo, é um dos eventos que mais concentram pessoas. “A rua fica coalhada de gente após a missa. Todos saem da Igreja e ficam conversando na rua”. Três quarteirões “ficam tomados pelos fiéis”, afirmou a dona de casa Lúcia Maria Basetto Trevisan. “Os motoristas têm de desviar das pessoas se quiserem passar”, diz. Os motoristas da cidade já sabem que têm de dividir o espaço com as pessoas, e o respeito é mantido. Aliás, a cidade não tem problemas de trânsito. Não há nem semáforo para organizar os cruzamentos, de tão sossegado o sistema. A Igreja Matriz também guarda uma curiosidade. A construção, além de ter sido erguida por padres holandeses, quase ficou sem o sino de bronze, de mais de 50 anos, que correu o risco de ser vendido, o que só não aconteceu devido à intervenção de Dona Lúcia Trevisan. Junto com uma amiga, ela percorreu toda a cidade pedindo dinheiro para construir uma torre, a fim de que o sino pudesse ser instalado. Quando a Igreja foi reconstruída, o sino, que antes era sustentado por um pau de aroeira, ficou no quintal da casa paroquial. E o padre da época queria vendê-lo, não vendo nele nenhuma utilidade. “Para que ele não fosse vendido, saímos às ruas pedindo dinheiro para construir a torre que o sustentasse. E foi feita em estrutura metálica”, conta. A construção da estrutura foi necessária, por que o prédio não comportava o peso do instrumento.
Gentílico: Clementinense

 

GALERIA DE PREFEITOS

 

JOÃO CÂNDIDO DOS SANTOS 01/01/1955 à 31/12/1958
ALFREDO DOS SANTOS 01/01/1959 à 31/12/1962
ABIDIAS CORREIA DA SILVA 01/01/1963 à 31/12/1966
APARECIDO GODA 01/01/1967 à 31/01/1970
LUIZ ABDALA GIBRAN 01/02/1970 à 31/01/1973
ABIDIAS CORREIA DA SILVA 01/02/1973 à 31/01/1977
LUIZ ABDALA GIBRAN 01/02/1970 à 31/01/1973
ABIDIAS CORREIA DA SILVA 01/02/1973 à 31/01/1977
LUIZ ABDALA GIBRAN 01/02/1977 à 31/01/1983
CARLOS GARCIA 01/02/1983 à 31/12/1988
YOUSSEF ISMAIL MANSOUR 01/01/1989 à 31/12/1992
CARLOS GARCIA 01/01/1993 à 31/12/1996
DALTRO VASQUEZ MELLO 01/01/1997 à 31/12/2000
CARLOS GARCIA 01/01/2001 à 31/12/2004
NELSON CASULA 31/01/2005 à 31/12/2008
NELSON CASULA 01/01/2009 à 31/12/2012
CÉLIA C. FREITAS GALHARDO 01/01/2013 à 31/12/2016
CÉLIA C. FREITAS GALHARDO 01/01/2017 à 31/12/2020

OBS.: O Sr. JOÃO CÂNDIDO DOS SANTOS, foi o primeiro Prefeito de Clementina.

 

Fonte: http://www.memorialdosmunicipios.com.br/listaprod/memorial/historico-categoria,8,H.html

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